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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Degradação ambiental - Terra

Degradação ambiental – terra
Estamos numa zona de amortecimento, que significa que toda a área o entorno de unidades de conservação (o Parque do Caparaó é uma unidade de conservação nacional), num raio de 10km, está sujeita as normas e restrições específicas com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.


RESOLUÇÃO Nº 13, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1990 - O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pela Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990, regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e Considerando o disposto nos arts. 7º e 27, Decreto nº 99.274/90;
Considerando a necessidade de estabelecer-se, com urgência, normas referentes ao entorno das Unidades de Conservação visando a proteção dos ecossistemas ali existentes, resolve:
Art. 1º. O órgão responsável por cada Unidade de Conservação, juntamente com os órgãos licenciadores e de meio ambiente, definirá as atividades que possam afetar a biota da Unidade de Conservação.
Art. 2º. Nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de dez quilômetros, qualquer atividade que possa afetar a biota, deverá ser obrigatoriamente licenciada pelo órgão ambiental competente.
Parágrafo único. O licenciamento a que se refere o caput deste artigo só será concedido mediante autorização do responsável pela administração da Unidade de Conservação.
Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
José A. Lutzenberger
Presidente
Tânia Maria Tonelli Munhoz
Secretária Executiva

Há meses a prefeitura vem cavando um morro para utilizar a terra em suas obras (aterro e outras construções). Há alguns anos atrás, existia realmente um morro onde hoje o que vem é degradação vermelha (vermelha mesmo, um barro maravilhoso e rico em nutrientes). Árvores nativas foram derrubadas, e o morro hoje é uma grande encosta, um verdadeiro precipício, e olhando bem de perto dá até tonteira, parece que ele vai desmoronar a qualquer momento.

Com a desculpa de que vão consertar o erro, estão agora nivelando o morro! Serão três “platôs” (que palavra bonita para essa cruel destruição). E no final de semana do dia 19 de fevereiro de 2011, sábado, o trator trabalhou desde cedo, virou a noite, e mais o domingo dia 20 inteiro, só derrubando, derrubando, cavando e cavucando. Escutamos o barulho da máquina a noite inteira, ecoando pela vila. Dá pra escutar o barulho das árvores sendo derrubadas e destruídas. Infelizmente esse trabalho está sendo realizado dentro de uma propriedade particular, o que significa que se o dono permite, nada podemos fazer. As autoridades já sabem, já foram informadas pelos moradores sobre a situação. O tempo está seco, não chove há dias. Uma poeira de terra se formou sobre as casa. Pessoas estão tendo crises alérgicas, principalmente crianças e idosos. Coceira no olho, garganta seca, tosse, corisa são sintomas comuns esses dias por aqui. Basta ir no posto de saúde da vila e ver as crianças fazendo nebulização. Os moradores das casinhas populares são os que mais sofrem, pois a terra está sendo jogada no terreno bem a sua frente, e a cada descarregamento uma nuvem de poeira vermelha passa pelas casinhas. Do alto da trilha se vê claramente essa nuvem de terra pairando sobre nossas cabeças.

A construção do Centro de Educação Ambiental que está sendo feita aqui na Penha começou usando essa terra, deste barranco como aterro. E moradores ligaram para as pessoas envolvidas e comunicaram o que estava acontecendo, mas nada mudou.

Fiquei muito impressionado nesse último final de semana que a máquina trabalhou incensantemente, sem parar. Logo virão os caminhões, que levarão toda essa terra embora. Caminhões enormes e pesados, que ao passarem pela rua, tiram o calçamento do lugar, as pedras vão afundando no centro, onde passam as rodas, e levantam pela lateral. Estamos numa época que não está chovendo, resultado de toda a mudança climática que a terra vem sofrendo, pois o verão é época de chuva, mas aqui não chove faz 1 mês. Tempo seco, terra seca, o que significa que quando esses caminhões passam deixam para trás uma nuvem de terra seca pelo ar. Calor, mas as janelas das casas estão todas fechadas.

No final do ano passado, quando choveu muito, nós vimos o rio de lama que desceu do barranco pela rua abaixo, e a quantidade de terra que se depositou na rua principal. E que foi tirada à mão pelo nosso varredor. Vendo notícias como o desabamento de terras que ocorreu na serra do Rio de Janeiro eu rezo para que não aconteça por aqui. Logo abaixo do antigo morro, que agora é uma cratera, tem uma pequena igreja metodista, do outro lado da rua, quase que em frente, duas casinhas, e nas duas tem crianças morando. Ao lado do barranco, mais 4 residências que um dia também poderão sofrer danos caso tudo venha abaixo. E sem contar todas as outras casas das duas ruas que descem ao lado do barranco.


foto tirada em agosto de 2010



foto tirada em fevereiro de 2011

 


foto tirada em fevereiro de 2011




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